DESCRIÇÃO Por Carlos Emilio Di Santis Junior
Quando tratamos de fuzis para disparo de precisão ou uso por “snipers”, sempre vem a cabeça um fuzil operado por ação de ferrolho, que a cada disparo exige um manuseio deste para ejetar a cápsula usada e a colocação de uma nova munição na câmara, sendo muitas vezes, uma adaptação de uma arma destinada, originalmente a caça de animais. Este tipo de mecanismo facilita a produção de um armamento extremamente preciso. Porém, com a crescente necessidade de maior poder de fogo pelossoldados e do próprio atirador de elite ou sniper, as industrias de armas começaram a estudar formas de produzir um fuzil de precisão que pudesse ser operado por um sistema semi-automático, garantindo um grande ganho de agilidade para disparos múltiplos e assim conseguindo um aumento do poder de fogo para estas armas especiais. Hoje em dia, muitos fabricantes produzem armas de precisão semi-automáticas que estão sendo adquiridas por muitas forças militares, incluindo os Estados Unidos, Alemanha. França entre outros. É interessante lembrar que os russos já usam a muito tempo um fuzil semi-automático de precisão, o Dragunov.
O fuzil do qual trataremos agora foi projetado após um trágico evento ocorrido 1972 nas olimpíadas de verão em Munique, na então Alemanha Ocidental, onde 11 membros da equipe olímpica de Israel foram assassinados por terroristas palestinos de um grupo chamado “Setembro Negro”. Naquele evento não havia policiais com qualificação para lidar com a situação de terroristas e ainda, não haviam armamentos adequados para operar naquela condição especifica. Dois frutos do fato trágico nasceram. Um deles foi o grupo de elite GSG-9, especialistas da policia federal alemã para lidar com terrorismo, e o outro fruto foi o fuzil Heckler & Koch PSG-1, uma das mais precisas armas do mundo.
O HK PSG-1, a grosso modo, pode ser encarada como uma versão do famoso fuzil automático G-3, altamente modificada para conseguir precisão extrema a um alcance de até 800 metros associado a o funcionamento semi-automático o que lhe garante maior agilidade e poder de fogo através de disparos múltiplos, situação não muito comum entre atiradores de elite, que tendem a resolver suas missões com um único disparo, mas que dá a este profissional uma capacidade que armas de operação por ferrolho não dão, que é a capacidade de engajamento rápido de múltiplos alvos. Seu calibre é o 7,62X51 mm, bastante popular na tarefa de “sniping” devido a sua natural precisão e poder de parada (stopping power). Normalmente o carregador usado tem capacidade de 5 tiros, porém podem ser usados carregados de 10 ou 20 tiros, (o mesmo do fuzil G-3), ou ainda, o pouco comum tambor de 50 munições.
O PSG-1 pode usar um tripé, transportado separadamente, porém, a HK tem fornecido o fuzil, atualmente, já com um bipé fabricado pela Harris, integrado a telha, para maior praticidade do atirador.
No Brasil, o PSG-1 é usado por diversos grupos de elite de policias de vários Estados. No Rio de janeiro, por exemplo, é uma arma disponível no arsenal do BOPE. O maior inimigo desta ótima arma de precisão é seu preço, que chega a U$ 10000,00 cada unidade. Para se ter uma base de comparação, um fuzil AR-15 padrão, custa cerca de U$ 900,00 cada um no mercado norte americano.
FICHA TÉCNICA
Calibre: .7,62x51 mmOperação: Blowback com retardo.
Comprimento: 1,260 Mts com a coronha estendida.
Comprimento do cano: 650 mm
Capacidade: 5, 10, 20 e 50 (tambor).
Mira: telescópica Hensoldt com aumento de 6X.
Peso: 7,2 Kg (vazia)
Velocidade do projétil: 868 m/seg (boca do cano)
Alcance efetivo: 800 Mts.
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