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Jornal suíço destaca que a aquisição de novos aviões de combate Gripen faz parte do orçamento da Suécia – já jornal sueco destaca as críticas parlamentares à proposta orçamentária do país que, na Europa, teria a melhor situação financeira
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Na quinta-feira, 2o de setembro, o Governo Sueco apresentou ao Parlamento a mensagem referente ao orçamento global para 2013, do qual a parte relativa a armamentos equivale a 13 bilhões de francos suíços (aproximadamente 13,9 bilhões de dólares). Isso inclui a aquisição de novos caças Gripen.O Parlamento deverá decidir até meados de dezembro se aceita o orçamento e a fabricação do Gripen. As informações são do jornal suíço Tribune de Genève. Para a construção de 40 a 60 Gripen E, o Governo Sueco demandou um aumento do orçamento militar de 300 milhões de coroas suecas (aproximadamente 43 milhões de francos suíços ou 46 milhões de dólares) para os exercícios de 2013 e 2014, além de 200 milhões de coroas suecas (28 milhões de francos suíços) para os anos seguintes.
Sobre o assunto, o DDPS (Departamento da Defesa, Proteção Civil e Esportes) da Suíça afirmou que se trata de “uma etapa suplementar importante, adequada ao calendário comum de aquisição de aviões de combate”.
O DDPS suíço afirmou que espera a aprovação do programa de armamento (PA 12) pelo Conselho Federal antes mesmo da sessão de inverno (em dezembro no Hemisfério Norte), o que inclui a aquisição do Gripen. A partir daí, o Conselho Nacional e o Conselho dos Estados deverá discutir o assunto em março e junho de 2013.
Sobre a apresentação do orçamento na Suécia, o jornal The Local informou que o ministro das Finanças Anders Borg defendeu a proposta do Governo para 2013 nesta quinta, sob críticas tanto de políticos da oposição. Em coletiva de imprensa, Borg afirmou: “Estamos apresentando a proposta orçamentária deste ano numa época de muitas incertezas. Mas, com esse orçamento, a Suécia provavelmente terá as finanças mais fortes da Europa. O orçamento inclui investimentos necessários de longo prazo. Mas o ponto inicial é que estamos numa situação difícil. Temos países como Grécia, Espanha e Itália que dão razões para grande preocupação.”
Foram anunciadas reformas que totalizam 22,7 bilhões de coroas suecas (cerca de 3,47 bilhões de dólares) destinados a estimular o crescimento e o emprego no próximo ano, incluindo investimentos em infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento, além de programas para ampliar as oportunidades de emprego para jovens. Também estão incluídos planos para cortar impostos corporativos de uma taxa de 26,3 para 22%, para aprimorar possibilidades de novos empregos e investimentos.
O crescimento de 3,9% da Suécia em 2011 deverá cair para 1,6% neste ano, voltando depois a subir para 2,7% em 2013 e 3,7% em 2014, segundo as previsões apresentadas. O superávit do orçamento dos anos recentes deverá se transformar em déficit de 0,3% do PIB neste ano, 0,6% no ano que vem, voltando ao superávit de 0,3% em 2014. O nível de dívidas deve continuar caindo e a taxa de desemprego deve diminuir dos 7,5% esperados para o ano que vem para 6,7% em 2014. Borg afirmou que o país tem “números de crescimento muito maiores que o resto da Europa. Não tivemos nenhuma surpresa desagradável em nossas finanças públicas”.
Ainda que mostrasse a economia sueca em melhor situação que seus vizinhos, o ministro obteve críticas imediatas por parte da oposição, especialmente em relação ao abandono da meta do superávit orçamentário, ao mesmo tempo em que se anuncia uma diminuição nos impostos das empresas. A resposta de Borg foi de que as finanças suecas são mais fortes que as da Alemanha, Finlândia, Holanda e Áustria e que, pensando em proteger a Suécia, está sendo feito um investimento no futuro: em infraestrutura, pesquisa e impostos corporativos.
Os verdes acusaram o ministro de olhar mais para o ciclo eleitoral do que para o ciclo de negócios. Outros opositores acusam o ministro de estar num “universo paralelo” de otimismo. A esquerda critica as diminuições dos impostos das empresas, dizendo que estariam mais voltadas a aumentar os lucros das grandes companhias do que para gerar empregos. Sindicatos chamaram o novo orçamento de “imoral e inaceitável” por não prever sobras orçamentárias para ajuda a desempregados.
Porém, grupos empresariais viram o novo orçamento de forma positiva, com seu foco em reformas. Estas seriam necessárias para aumentar a competitividade e permitir que mais ideias possam ser transformadas em empresas lucrativas.
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