ORIGENS Por Anderson Barros
Na segunda metade dos anos de 1980, o Iraque, então governado por Saddam Hussein estava profundamente envolvido no conflito com o Irã. Para repor as perdas e modernizar seu exercito o governo iraquiano começou a reequipar seu exercito com novos equipamentos de diversos fornecedores como o carro de combate T-72 e PT-76 os veículos de combate de infantaria BMD-1, sistema de artilharia de foguetes BM-21 Grad de origem soviética, Obuseiros GHN-45 155 mm da Áustria e os Astros II , EE-11 Urutu e EE-9 Cascavel do Brasil durante os estudos realizados para a obtenção dos novos equipamentos para o seu exercito o Iraque se interessou pelo projeto do blindado leve Wiesel projetado pela Porshe e fabricado pela MaK da então Alemanha Ocidental, era um veículo blindado leve, sobre lagartas que não possuía equivalentes classificado como “Airportable Armoured Vehicle”, uma novidade naquela época nos finais da “Guerra Fria”. Sua função era dotar as brigadas aerotransportadas do Exército da Alemanha Ocidental com um veículo blindado de reconhecimento e capaz de ser transportado e lançado a partir de aeronaves ou mesmo helicópteros pesados. O Wiesel alemão foi fabricado somente em duas versões. A primeira delas era um veículo anticarro, denominada TOW Al e a segunda estava equipada com um único canhão Rheinmetall MK 20 Rh 202 de 20mm. No entanto, os iraquianos foram surpreendidos pela recusa do governo alemão em vender o seu novo blindado fora do âmbito dos países da OTAN. A solução era buscar outro veiculo, em outro país.Acima: O pequeno veículo blindado Wiesel alemão, embora similar em proposta ao EE-T-4 Ogun, era menos capaz, e a Alemanha não permitiu sua venda ao Iraque, nação que precisava de um blindado com aquelas características e que já tinha se tornado um grande cliente da empresa brasileira Engesa.
UMA OPORTUNIDADE PARA A ENGESA.
Os estudos começaram e em maio de 1986 foi apresentado o primeiro protótipo destinado a ensaios mecânicos. Logo em seguida um segundo foi construído e enviado para testes naquele país, surgindo assim à necessidade de se efetuar diversas modificações que levaram à construção de um terceiro protótipo. Isto não impediu que ele fosse oferecido a outros países, cujas delegações visitavam a sede da Engesa em São José dos Campos, SP, onde ocorria uma série de demonstrações deste e dos demais veículos militares ali produzidos. Paralelamente a estes testes foi construído então um quarto protótipo bem mais elaborado que os outros três e equipado com uma torreta Engesa com duas metralhadoras 7,62mm, que foi apresentado na Primeira Exposição Internacional de Produtos Militares ocorrida em Bagdá em 1989, tendo o veículo permanecido para testes no país, quando em 1991 em decorrência da Guerra do Golfo, o mesmo foi deixado em Tikrit em um Quartel do Exército iraquiano e o pessoal da Engesa retornou ao Brasil e nunca mais tivemos notícia deste veículo. Com o agravamento da crise financeira da Engesa que logo em seguida pede concordata e tem sua falência decretada em 1995, o projeto do Ogum não foi levado adiante e dos quatro protótipos apenas um existe atualmente (o segundo protótipo) e se encontra em poder do Exército, lotado no 2º Regimento de Carros de Combate em Pirassununga, SP. Uma curiosidade é o fato de ter participado de uma concorrência em Abu Dhabi em 1988 e conseguido vencer tecnicamente o Wiesel nas provas ali realizadas, aliás, a mesma em que o EE-T1 Osório venceu o italiano Ariete, venceu no campo técnico mais acabou derrotado no político.Acima: O Ogun tinha por objetivo fornecer um blindado ao exército iraquiano que demonstrou interesse neste tipo de viatura e ao mesmo tempo encontrou a recusa alemã em fornecer o blindado Wiesel, já no mercado a algum tempo.
PROTEÇÃO
PROPULSÃO
Acima: O Ogun não é anfíbio, mas consegue transpor rios com profundidade de 67 cm.
VERSÕES E ARMAMENTOS
A idéia da Engesa era que o EE T-4 Ogum constituísse uma família de blindados em várias versões que seriam baseadas sobre o mesmo chassi, permitindo assim uma economia importante, na medida em que os clientes podem comprar um maior número de unidades para diversas missões podendo assim se beneficiar da economia de escala e assim diminuir os preços de cada veiculo. A logística da manutenção é também muito facilitada. A versão inicial solicitada pelo exercito iraquiano era de um veículo de reconhecimento dotado de armamento leve. Porem a Engesa propôs as seguintes versões: Veículo Transporte de Pessoal (APC) com capacidade para quatro soldados equipados mais o motorista armado com uma torreta com uma metralhadora. 50 ou calibre 7,62 mm em suporte simples; Veículo com canhão de 20mm (o que da maior poder ofensivo nas missões de reconhecimento); Veículo com torre para duas metralhadoras 7,62mm; Veículo de reconhecimento com metralhadora .50 em torre giratória; Veículo transporte de munição; Veículo comando; Veículo Ambulância com capacidade para três feridos, Veículo porta-morteiro 120mm; Veículo anti-tanque lançador de mísseis ( equipado com uma torre dotada de dois mísseis). Todos os veículos da família Ogum seriam equipados com Além do armamento descrito acima, todas as versões do Ogum seriam equipadas com tubos lançadores de granadas fumígenas que poderiam ser lançadas individualmente ou em grupos para fornecer uma cortina de fumaça diminuindo a visibilidade do Ogum para seus inimigos na hora que estivessem em combate.Acima: As cinco configurações de missão e seus armamentos mostram que o Ogum, mesmo sendo um projeto antigo, já mostrava uma certa modularidade, muito comum em projetos que apareceram 10 anos depois.
FICHA TECNICA
Velocidade máxima: 75 Km/h.
Alcance máximo: 360 km.
Motor: Um motor Perkins modelo QT 20 B4236 diesel quatro tempos, turbinado, quatro cilindros em linha, 125 HP
Peso: 4 toneladas.
Comprimento: 3,7 m.
Largura: 2,14 m
Altura: 1,35 m.
Tripulação: 4
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 30º
Passagem de vau: 670 mm
Obstáculo vertical: 60 mmArmamento: metralhadora .50 ou calibre 7,62mm, canhões 20mm lançadores de mísseis.
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