No mês passado, generais, coronéis, majores e capitães das Forças Armadas da Rússia passaram uma semana inteira sentados em frente a computadores ou debruçados sobre mapas em centros e postos de comando dos batalhões para realizar os exercícios estratégicos “Cáucaso-2012”.
Centenas de veículos blindados, helicópteros, aviões não tripulados, caças, entre outros aparatos, atuaram sob o comando dos militares nos campos de provas da Região Militar do Sul (Prudboi, Kapustin Iar, Achuluk e Raevskoe). As manobras ainda contaram com apoio naval das esquadras dos mares Negro e Cáspio e paraquedistas militares.
Os exercícios despertaram atenção da comunidade internacional não só porque foram acompanhados pelo Comandante Supremo das Forças Armadas e presidente da Rússia, Vladímir Pútin, mas pelo fato da imprensa ocidental ter acusado o país de realizar manobras militares perto fronteira da Geórgia, com a qual a Rússia não estabelece relações diplomáticas há quatro anos.
O Ministério da Defesa prontamente esclareceu que os exercícios Cáucaso-2012 obedeciam a um plano previamente anunciado e não representavam nenhuma ameaça para outros países. “Para evitar especulações por parte da Geórgia, as bases militares russas na Abecásia, Ossétia do Sul e Armênia não foram envolvidas”, completou o general Aleksandr Póstnikov, primeiro chefe adjunto do Estado Maior das Forças Armadas da Rússia.
A crítica também havia sido direcionada à ausência de observadores ocidentais. O Ministério da Defesa russo declarou, contudo, que a operação contava com apenas oito mil efetivos, número de militares inferior ao estabelecido pelos acordos entre a Rússia e a Otan (Aliança do Atlântico Norte) para a exigência de observadores.
Antes dos exercícios “Cáucaso-2012”, o general Póstnikov já havia explicado que a Rússia não considerava necessário convidar observadores militares estrangeiros para tais manobras porque, além de serem realizados longe da fronteira georgiana e dos países da Otan, “todos os aspectos treinados durante os exercícios dizem respeito à segurança interna e à defesa do país”.
“Temos a noção clara da região onde os exercícios serão realizados e tomaremos medidas de segurança preventivas necessárias”, acrescentou o general na véspera dos exercícios.
Ao concluir as manobras, o Ministério da Defesa declarou que o “Cáucaso-2012” permitiu avaliar os primeiros resultados da reforma militar e mostrar que a iniciativa segue no rumo certo.
Operação coletiva
Um dos objetivos dos exercícios era verificar a eficácia dos sistemas automáticos de controle de fogo e de armas de alta precisão, como os sistemas de mísseis táticos Iskander-M, mísseis de cruzeiro e sistemas terrestres de mísseis antinavios Bastion e Bal.
As esquadras dos mares Negro e Cáspio tiveram como missão garantir a segurança no mar e cooperar com as unidades terrestres em uma operação antiterrorista simulada.
Os exercícios contaram com o cruzador porta-mísseis Moskva, vários navios de assalto de grande porte, quatro navios varredores, dois navios porta-mísseis de pequeno porte, lanchas lança-mísseis e de assalto, além de várias unidades de fuzileiros navais.
Para completar o cenário, o 247º Regimento da 7ª Divisão de Paraquedistas participou dos exercícios táticos conjuntos com a 5ª Brigada de Infantaria Motorizada no campo de provas de Achuluk, bem como várias unidades da 7ª Divisão de Paraquedistas desembarcaram no campo de provas de Kapustin Iar e Raevskoe.
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