Quase seis mil engenheiros passaram pelas cadeiras da graduação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) nas últimas seis décadas. Saíram de lá os principais cérebros da área de aeronáutica, defesa e espaço, além de empresários e dirigentes de grandes empresas. Neste momento, uma nova reformulação está em curso no ITA e o que está para mudar deve influenciar profundamente o futuro brasileiro em tecnologias sensíveis e imprescindíveis para o crescimento do país.
Nos próximos cinco anos, o ITA irá ampliar sua estrutura de laboratórios, salas de aula e biblioteca, contratar mais professores, dobrar o número de alunos da graduação, criar um centro de inovação inédito com a participação da indústria para incentivar a pesquisa de ponta e ampliar os projetos de intercâmbio com o Massachussets Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos, por coincidência, a mesma escola de engenharia que inspirou a criação do ITA e que participou desse processo ativamente nos anos 50 aqui no Brasil. O investimento inicial previsto é de R$ 300 milhões.
“Estamos completamente entusiasmados com as possibilidades que o Brasil tem para as próximas décadas e com o desafio que vemos pela frente. Para meninos brilhantes, esses desafios técnicos, tecnológicos, de engenharia, são um convite para embarcar nessa viagem de enormes desafios e possibilidades”, afirma o reitor do ITA, Carlos Américo Pacheco, 55, da turma de 1979 de engenharia eletrônica da instituição, que agora comanda e é responsável pelo pacote de reformulações que estão na pauta do dia para mudar, como explica, o ensino de engenharia.
A palavra base desse novo projeto é “desafio”. O ITA espera captar parceiros e problemas estratégicos para envolver professores e alunos na busca de novas soluções, em um processo de construção de aprendizado consagrado no mundo: aprender pela curiosidade, aprender fazendo. Mas isso não representa perder de vista a tradição teórica conquistada pelo ITA, segundo o próprio reitor.
No ano passado, 9,3 mil jovens disputaram uma das 120 vagas de engenharia oferecidas pelo ITA, nas seis áreas oferecidas: aeronáutica, civil, computação, mecânica, eletrônica e aeroespacial. Dos que fizeram o vestibular, apenas 7% foram aprovados (cerca de 500 candidatos). Com a ampliação prevista, o número de alunos matriculados irá dobrar, uma novidade que pode ajudar a amenizar o déficit de profissionais engenheiros no país.
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