segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) irá dobrar o número de alunos da graduação.

                     

Nos anos 50, o Brasil descobriu que precisava de um centro de pesquisa, de uma universidade de ponta e de uma indústria aeronáutica para que pudesse dar um dos mais importantes saltos tecnológicos de sua história. Dessa combinação planejada pela Força Aérea Brasileira, nasceram os primeiros aviões brasileiros, projetos de foguetes para o programa espacial, novos satélites e uma história que começa a ser reescrita para revolucionar novamente o futuro do país

Quase seis mil engenheiros passaram pelas cadeiras da graduação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) nas últimas seis décadas. Saíram de lá os principais cérebros da área de aeronáutica, defesa e espaço, além de empresários e dirigentes de grandes empresas. Neste momento, uma nova reformulação está em curso no ITA e o que está para mudar deve influenciar profundamente o futuro brasileiro em tecnologias sensíveis e imprescindíveis para o crescimento do país.

Nos próximos cinco anos, o ITA irá ampliar sua estrutura de laboratórios, salas de aula e biblioteca, contratar mais professores, dobrar o número de alunos da graduação, criar um centro de inovação inédito com a participação da indústria para incentivar a pesquisa de ponta e ampliar os projetos de intercâmbio com o Massachussets Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos, por coincidência, a mesma escola de engenharia que inspirou a criação do ITA e que participou desse processo ativamente nos anos 50 aqui no Brasil. O investimento inicial previsto é de R$ 300 milhões.

“Estamos completamente entusiasmados com as possibilidades que o Brasil tem para as próximas décadas e com o desafio que vemos pela frente. Para meninos brilhantes, esses desafios técnicos, tecnológicos, de engenharia, são um convite para embarcar nessa viagem de enormes desafios e possibilidades”, afirma o reitor do ITA, Carlos Américo Pacheco, 55, da turma de 1979 de engenharia eletrônica da instituição, que agora comanda e é responsável pelo pacote de reformulações que estão na pauta do dia para mudar, como explica, o ensino de engenharia.

A palavra base desse novo projeto é “desafio”. O ITA espera captar parceiros e problemas estratégicos para envolver professores e alunos na busca de novas soluções, em um processo de construção de aprendizado consagrado no mundo: aprender pela curiosidade, aprender fazendo. Mas isso não representa perder de vista a tradição teórica conquistada pelo ITA, segundo o próprio reitor.

No ano passado, 9,3 mil jovens disputaram uma das 120 vagas de engenharia oferecidas pelo ITA, nas seis áreas oferecidas: aeronáutica, civil, computação, mecânica, eletrônica e aeroespacial. Dos que fizeram o vestibular, apenas 7% foram aprovados (cerca de 500 candidatos). Com a ampliação prevista, o número de alunos matriculados irá dobrar, uma novidade que pode ajudar a amenizar o déficit de profissionais engenheiros no país.

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