A britânica BAE Systems anunciou nesta quarta-feira que está negociando com a EADS, controladora da Airbus, uma possível fusão para criar uma potência nos setores aeroespacial, de defesa e de segurança.
Os acionistas da BAE teriam 40 por cento da companhia combinada, e os da EADS ficariam com 60 por cento, disse a companhia britânica em comunicado.
"A possível combinação criaria um grupo aeroespacial, de defesa e de segurança de primeira linha, com substanciais centros de fabricação e excelência tecnológica na França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos", explicou a fabricante.
As duas companhias têm um longo histórico de colaboração e são parceiras em vários projetos, e o negócio poderia fazer a BAE voltar a ter interesse na Airbus e suas fábricas britânicas, após ter vendido 20 por cento de participação em 2006.
Juntas, BAE e EADS terão vendas combinadas de cerca de 72 bilhões de euros --com base em números de 2011-- e 220 mil funcionários no mundo.
As companhias disseram que estão deixando os governos ao redor do mundo a par do negócio por causa da natureza sensível do segmento de defesa em uma ampla gama de países, dos Estados Unidos à Arábia Saudita e Austrália.
Elas afirmaram que algumas atividades de defesa seriam reestruturadas em acordo de governança adequados em razão das respectivas importâncias estratégicas, principalmente nos Estados Unidos, dada a importância deste mercado para o grupo combinado.
A fusão não deve aumentar as preocupações antitruste nos Estados Unidos diante da receita baixa em serviços militares que a EADS tem no país, de acordo com duas fontes familiarizadas com o assunto.
Essas fontes disseram que a fusão vinha sendo alvo de negociação havia vários meses.
O consultor em defesa Loren Thompson afirmou que a fusão entre as companhias europeias criaria um nome forte tanto em produtos comerciais quanto militares, o que a Boeing tentou por anos.
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