terça-feira, 9 de outubro de 2012
Fragata russa ‘Almirante Gorshkov’ entrará em testes no Mar de Barents em novembro.
Construído com tecnologia stealth, o primeiro grande navio de guerra de fibra de carbono começará seus testes no mar de Barents no final de novembro. Trata-se da fragata “Almirante Gorskov”, a embarcação principal do Projeto 22350.
Uma fonte do Comando Geral da Marinha russa disse, em entrevista ao Izvéstia, que, após os testes iniciais, a fragata será entregue à 14ª brigada de navios de luta antissubmarina da Esquadra do Mar Norte.
Construído com a tecnologia stealth, o navio possui uma superestrutura feita de materiais compostos que absorvem ou permitem a penetração parcial das ondas de rádio, razão pela qual é invisível aos radares.
“Esse é o primeiro grande navio desde 1987 projetado e construído inteiramente na Rússia. As fragatas invisíveis do projeto 22350 devem substituir os navios de luta antissubmarina oceânicos classificados pela Otan como Udaloi”, disse o especialista não identificado.
O “Admiral Gorshkov”, primeiro navio da Marinha russa construído com tal tecnologia, traz uma nova unidade de propulsão de turbina a gás e diesel que é mais econômica e proporciona melhores capacidades de aceleração.
Além disso, o navio possui muitos equipamentos eletrônicos que não existem nos outros veículos da mesma classe. Esse é seu ponto forte, porém, a Marinha ainda não tem profissionais preparados para lidar com esse equipamento.
A ideia de construir navios de guerra reforçados com fibras de carbono dividiu a opinião de especialistas. Muitos oficiais da Marinha russa dizem que esse material é mais fraco do que o aço naval e duvidam que seja capaz de resistir às duras condições climáticas do extremo norte, como ventos fortes, temperaturas baixas e tempestades frequentes.
Já os engenheiros peterburguenses responsáveis pelo projeto não concordam com essa posição. Para eles, os testes com a superestrutura do navio e seus elementos isolados mostrou sua alta solidez e resistência a temperaturas elevadas.
Segundo o editor-chefe da revista Vzliot (“Decolagem”, em português), Vladímir Cherbakov, ainda não se sabe como o CFRP se comportará durante a operação do navio e em uma situação de combate.
“Atualmente, os materiais compósitos são usados em todas as áreas. Os testes com algumas partes do casco do navio na terra proporcionaram resultados impressionados”, disse Cherbakov.
O especialista relembra que algo semelhante havia acontecido com o alumínio durante a guerra nas Malvinas nos anos 80 do século passado. Verificou-se que os navios com superestruturas de alumínio ardiam facilmente. “Mais tarde, as marinhas de guerra de muitos países se recusaram a usar o alumínio na construção de superestruturas para seus navios”, acrescenta.
A fragata “Admiral Gorshkov” começou a ser construída no estaleiro de São Petersburgo em 2006 e foi colocada na água em outubro de 2010. O navio desloca 4.500 toneladas, mede 130 metros de comprimento e 16m de boca. Leva a bordo um canhão de 130 mm, 16 seis mísseis anti-navio “Oniks” e 16 mísseis anti-submarinos “Kalibr-NKE”, além de um sistema de mísseis antiaéreos “Polimer-Redut” e um helicóptero de luta antissubmarina Ka-27.
FONTE: Gazeta Russa e Naval Today
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