Queda livre a 38,6 mil metros de altura durou quatro minutos e 20 segundos. Depois disso, ele abriu o paraquedas e pousou em segurança
O paraquedista Felix Baumgartner saltou de um cápsula presa a um balão a 38,6 quilômetros de altura nesta tarde (14 de outubro). A queda livre durou quatro minutos e 20 segundos. Depois disso, ele abriu o paraquedas e pousou em segurança no Centro Aéreo de Roswell, nos Estados Unidos.
O salto marca a primeira queda livre supersônica e sem veículo motorizado da história. Os recordes ainda precisam ser endossados pela Federation Aeronautique Internationale (FAI).
A missão foi considerada de alto risco pois, há pouco oxigênio para respirar na estratosfera, as temperaturas são extremas e a pressão atmosférica é igual a apenas1% da encontrada no nível do mar. Entre os riscos envolvidos no salto estavam a possibilidade de o sangue de Baumgartmer ferver, seus pulmões inflarem e os vasos do cérebro estourarem.
Qualquer contato com a cápsula durante a sua saída poderia ter rasgado a roupa especial e exposto o paraquedista à falta de oxigênio e temperaturas na faixa de – 57°C. Isto poderia provocar a formação de bolhas letais no seu sangue.
Em condições normais, na atmosfera terrestre a velocidade do som é de 1.234 km/h, enquanto na estratosfera se pode alcançar com 1.110 km/h, pela menor resistência do ar, segundo a missão que coordenou o salto. De acordo com os cálculos do centro de controle da missão, o paraquedista quebrou a barreira do som nos primeiros 40 primeiros segundos de queda livre, quando atingiu 1.173 km/h.
Baumgartner conseguiu controlar a queda e evitar cair em parafuso por muito tempo, o que poderia ter levado a perder a consciência ou sofrer uma hemorragia cerebral. Ele quebrou recordes de voo de balão tripulado mais alto e voo de paraquedas mais alto antes de aterrisar em segurança no chão e levantar os braços em uma saudação de vitória cerca de 10 minutos depois que entrou no ar.
Baumgartner partiu na manhã de domingo sob aplausos. Um enorme balão levava a cápsula de fibra de vidro e acrílico de cerca de três metros quadrados na qual ele viajou. A partida foi cancelada várias vezes nos últimos dias por conta do vento.
“Treinamos bastante e agora estamos sendo recompensados”, disse Baumgartner pelo rádio da cápsula para o seu projetista Joe Kittinger. Baumgartner expressou preocupação que o seu capacete, similar ao de um astronauta, não estava aquecendo como deveria. “Isso é muito sério, Joe”, disse. “Às vezes está ficando embassado, e eu não sinto o aquecimento”.
Além de quebrar diversos recordes, Baumgartner e a sua equipe ajudarão engenheiros que trabalham em roupas espaciais para a Nasa e também no desenvolvimento do turismo espacial. Há cinco anos, ele vem se preparando para o salto com uma equipe médica e de especialistas em engenharia aeronáutica. Um de seus assessores é o dono do recorde do salto em paraquedas de maior altitude: Joe Kittinger, que em 1960 saltou de uma altura de 31 quilômetros, quando era membro das forças armadas.
Baumgartmer já havia feito dois testes práticos neste ano, pulando a 24 km de altura, em março, e 28 km de altura, em julho. Nestes dois dias, ele testou a roupa especial, a cápsula presa ao balão de hélio e os paraquedas especiais.
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