As declarações do comandante da força aérea russa ocorrem ao mesmo tempo que foi anunciado que o terceiro protótipo do caça Sukhoi T-50 vai ser utilizado para testar o sistema de radar IRBIS-E desenhado pelo instituto NIIP-Tikomirov. O IRBIS-E é a base para desenvolver o radar NIIP N050 do tipo AESA, que se prevê seja instalado no Sukhoi T-50 de produção.
O radar NIIP modelo N050 é presentemente um dos problemas da fase II do projeto T-50. Ele deverá ter capacidade para detetar alvos com uma dimensão visível de 2,5m quadrados, a uma distância entre 350 a 400km. Segundo os russos, o radar N050 será construido exclusivamente com recurso a sistemas russos o que deverá facilitar a suautilização por outros países.
Mas mais grave que isso, é o fato de o radar continuar essencialmente no papel. Ele foi mostrado em «mock-up» numa feira internacional em 2009, mas ainda não passou da fase de projeto.
O problema principal está no aumento de potência (O N050 AESA deverá ter uma potência de pico de 20,000W, enquanto que o IRBIS-E tem uma potência de pico de 7,000W). Também o novo processador digital de sinais (modelo SOLO-35.01) que permite aproveitar o aumento de potência, continua em fase de projeto.
As nuvens continuam no horizonte, como já destacaram observadores próximos do programa russo, tanto na Rússia como na Ucrânia, país que partilha com a Rússia a mesma matriz industrial.
Segundo analistas nas capitais russa e ucraniana, a fase seguinte de desenvolvimento do T-50 será muito mais complexa que a fase I que até agora tem estado em desenvolvimento.
Radar N050: Embora anunciado como radar do PAK-FA / T-50 ele continua em desenvolvimento, sem datas para o seu lançamento
|
A fase II implica a utilização de um novo motor, que até agora nem sequer tem nome e não passa de um projeto que continua no papel. O novo radar também não existe e o seu desenvolvimento não parece estar a avançar.
Tanto analistas russos quanto ucranianos, conhecedores dos tradicionais problemas de desenvolvimento de novos sistemas por parte da industria russa, estão cada vez mais céticos sobre a possibilidade de o futuro T-50, com sistemas modernos e capazes de competir com os ocidentais estar pronto em tempo útil.
Programa atrasado
Embora as autoridades russas tentem relativizar a questão, e para os padrões russos o desenvolvimento do T-50 pareça ser relativamente rápido, na realidade o programa de desenvolvimento do Sukhoi T-50 já está atrasado.
Em 2010 foi anunciado que até ao final de 2011 seriam produzidos quatro protótipos do T-50, cada um deles com uma função especifica quanto ao desenvolvimento de sub sistemas.
No entanto, o quarto protótipo, que deveria ter sido construido até ao final de 2011 nunca se chegou a materializar.
Até ao momento foram construidos três protótipos, mas segundo os planos iniciais russos, até 2013 ( altura em que deve começar a fase de análise por parte dos militares ) de seis a dez exemplares de pré série deveriam ser construidos. Isto permitirá que entre 2014 e 2015 sejam feitos testes exaustivos, que poderão levar a partir de 2016 a uma primeira encomenda para a força aérea russa.
Segundo o planeamento inicialmente previsto pelos russos, o terceiro protótipo deveria testar sistemas de navegação aérea, enquanto que o quarto deveria testar os radares.
Segundo as notícias mais recentes, postas a circular em Agosto de 2012, os russos vão tentar queimar etapas, utilizando o terceiro protótipo para testar sistemas de radar.
Desta forma, constroem-se apenas três protótipos e poupa-se tempo, mas o sistema de radar testado, continua a ser o modelo IRBIS-E que equipa os caças da família «Flanker», porque não há sequer projeção para quando estará pronto o radar NIIP N050.
Desde 2010, a Rússia produziu apenas um exemplar do T-50 por ano e agora terá que produzir um avião a cada dois meses, para manter o projeto dentro dos prazos. Esta possibilidade é cada vez mais remota, por não estarem preparadas estruturas de produção com capacidade para responder às necessidades.
Espera-se que a possibilidade de venda do T-50 para a India, possa permitir uma injeção de dinheiro no programa, que já gastou 6,000 milhões de dólares na fase I do projeto, mas que poderá custar muito mais na fase seguinte, em que é necessário desenvolver novos motores e radares e não utilizar sistemas mais antigos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário