"Alertamos àqueles que não são estranhos a soluções militares... que isso seria muito nocivo, literalmente desastroso para a estabilidade regional", disse o vice-chanceler Sergei Ryabkov à Interfax.
Um ataque ao Irã poderia "desencadear profundos choques nas esferas de segurança e econômica, o que iria reverberar bem além das fronteiras da região do Oriente Médio", acrescentou.
As autoridades russas já fizeram alertas semelhantes no passado, mas as declarações de Ryabkov parecem indicar uma crescente preocupação de Moscou com as ameaças israelenses de atacar instalações nucleares iranianas.
Os EUA e seus aliados suspeitam que o Irã pretenda desenvolver armas atômicas, embora Teerã insista no caráter pacífico das suas atividades. Líderes israelenses vêm adotando uma retórica cada vez mais agressiva nessa questão, gerando rumores de que um ataque poderia ocorrer antes da eleição presidencial norte-americana de novembro.
Ryabkov insistiu na tese russa de que não há sinais de caráter militar no programa atômico iraniano, e que o monitoramento da agência nuclear da ONU é suficiente para tranquilizar o mundo.
"Nós, como antes, não vemos sinais de que haja uma dimensão militar no programa nuclear iraniano. Nenhum sinal. Vemos algo diferente - que há material nuclear... no Irã que está sob controle de inspetores, especialistas da Agência Internacional de Energia Nuclear", afirmou.
"Esse material nuclear não está sendo desviado para necessidades militares, isso é oficialmente confirmado (pela AIEA)."
Mas essas declarações contradizem preocupações manifestadas pela própria AIEA. Na semana passada, a agência disse que o Irã duplicou nos últimos meses o número de centrífugas de enriquecimento de urânio em uma usina subterrânea.
Os inspetores também têm tentado sem sucesso obter acesso a uma instalação militar onde há suspeitas de terem ocorrido testes de explosivos relacionados ao desenvolvimento de ogivas atômicas.
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