Entrevista com o General-de-Divisão Marco Aurelio Torales, chefe do Estado-Maior Conjunto do Paraguai
O General-de-Divisão Marco Aurelio Torales, chefe do Estado-Maior Conjunto do Paraguai, concedeu uma entrevista a Diálogo, onde expressou sua opinião sobre a cooperação das Forças Armadas do Paraguai com outros países do hemisfério, a defesa dos direitos humanos e os direitos dos grupos indígenas de seu país, depois de um pronunciamento na quarta Conferência de Segurança Sul-Americana, realizada em Bogotá, Colômbia, de 24 a 26 de julho.
DIÁLOGO: Como as Forças Armadas colaboram de maneira não tradicional com o povo do Paraguai?
General-de-Divisão Marco Aurelio Torales: As Forças Armadas têm estrutura e capacidade para disponibilizar, com rapidez, meios para apoiar a população civil, trabalhando em conjunto com outros organismos do Estado e instituições não governamentais. Podem ainda cooperar com organismos internacionais e Forças Armadas de países amigos como os do Cone Sul. Assim sendo, sem se descuidar de seu papel constitucional, elas realizam ações cívicas periodicamente, em especial voltadas para as populações mais necessitadas.
DIÁLOGO: Qual é a situação atual do grupo guerrilheiro EPP (Exército do Povo Paraguaio)?
Gen Div Torales: Atualmente as ações do grupo insurgente denominado EPP foram reduzidas na região norte do país devido à presença do Estado através das instituições de segurança. As Forças Armadas vêm intensificando os trabalhos de inteligência nessa região, apoiando a Polícia Nacional para desestimular e impedir as ações do EPP, que atua à margem da lei.
DIÁLOGO: Que tipos de trabalho e cooperação são realizados com os países vizinhos nas fronteiras do Paraguai?
Gen Div Torales: A cooperação com os países vizinhos consiste na realização de trabalhos conjuntos através do intercâmbio de informações, apoio com pessoal especializado e meios para o combate ao narcotráfico, o tráfico de armas e outros, e ainda através de operações militares conjuntas e combinadas.
DIÁLOGO: Como atuam as Forças Armadas quanto ao respeito aos direitos humanos e o apoio às comunidades indígenas no Paraguai?
Gen Div Torales: As Forças Armadas, constantemente preocupadas com os direitos fundamentais do homem, instruem todos os seus integrantes nessa questão. Em todas as unidades existe um departamento de direitos humanos, que assessora e monitora as atividades realizadas pelo pessoal militar. Além disto, incluem-se como uma matéria em todas as instituições de ensino.
Quanto aos direitos dos indígenas, existe uma consciência e um compromisso institucional nesse aspecto. A Constituição Nacional do Paraguai inclui, protege e respeita os direitos das comunidades indígenas. As Forças Armadas apoiam essas comunidades através de ações cívicas e ajuda humanitária.
DIÁLOGO: Qual será o novo papel da tecnologia militar no Paraguai?
Gen Div Torales: As Forças Armadas do Paraguai passam atualmente por um processo de transformação, preparando-se para fazer frente aos desafios e ameaças emergentes que vão aparecendo. Isto não implica exclusivamente a linha estrutural, mas também a aquisição de meios e a formação de seus recursos humanos. Tudo isto leva tempo e tem um custo.
Por outro lado, o Exército e a Marinha do Paraguai estão desenvolvendo um processo de aquisição de tecnologia de ponta. Além disto, a Força Aérea, em convênio com várias universidades nacionais, está realizando pesquisas para a construção de aeronaves não tripuladas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário