De acordo com o porta-voz Ali Mussawi, quando Maliki voltou de sua viagem à Rússia, havia suspeitas de corrupção, e por isso ele decidiu revisar o acordo. "Há uma investigação em andamento", disse Mussawi, que não quis revelar a identidade das pessoas que estão sendo investigadas nem se o Iraque pretende renegociar o contrato firmado com Moscou.
O contrato havia sido assinado no mês passado durante a uma visita de Maliki à Rússia. Moscou, por sua vez, havia anunciado ter firmado com o Iraque diversos contratos sobre venda de armamento por um valor superior a 4,2 bilhões de dólares, no início de outubro, em um momento no qual Maliki estava em visita à Moscou. Contudo, a Rússia não havia dado detalhes sobre estas compras. Segundo o jornal econômico russo Vedomosti, a negociação envolvia, entre outros, 30 helicópteros Mi-28 e 42 sistemas de mísseis terra-ar Pantsir-S1.
Durante a visita à Europa feita por Maliki, a República Checa também havia anunciado que o Iraque compraria 28 aviões supersônicos checos de treinamento do tipo L-159, em sua versão de dois lugares, por cerca de 1 bilhão de dólares (770 milhões de euros). Cerca de 80% dos componentes do L-159 em serviço vêm do exterior, em particular dos Estados Unidos.
Durante esta visita à Praga, no mês passado, Maliki disse que o Iraque negociava ainda a compra de aviões supersônicos norte-americanos F-16. Moscou esperava desenvolver negócios com Bagdá em matéria de defesa e segurança. Em maio de 2011, durante uma visita ao Iraque do ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov, este havia se pronunciado pelo fortalecimento da cooperação bilateral para a segurança.
A capital russa está buscando novas alianças regionais, em um momento no qual seu único aliado árabe, o regime sírio de Bashar al-Assad, enfrenta uma rebelião armada.
O Iraque, cujas tropas já não estão respaldadas pelas forças norte-americanas após sua retirada em dezembro de 2011, carece de meios para proteger suas fronteiras e depende das entregas de armas de Washington. "A base de nosso armamento é norte-americana, mas se tivermos que comprá-las de outros países, o faremos", explicou um assessor em matéria de segurança nacional, Safa Husein, no mês passado em uma entrevista à AFP.
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