sexta-feira, 16 de novembro de 2012

ASTROS 2 - AVIBRAS vai vender US$ 350 milhões para a Indonésia.

                       

A AVIBRAS Aeroespacial fechou contrato de US$ 350 milhões para vender 36 plataformas de lançamentos múltiplos de mísseis ASTROS 2 para a Indonésia, conforme informou ontem (13 Novembro), a publicação especializada ‘Janes Defence Weekly’. Segundo a publicação, a operação comercial entre o Ministério da Defesa da Indonésia e a AVIBRAS foi fechada durante a feira internacional de materiais militares Indo Defence, realizada nesta semana em Jacarta.

O acordo contempla ainda 36 veículos para o transporte das plataformas de lançamento, controle de disparo, manutenção e treinamento para a utilização das armas.Trata-se do segundo grande contrato que a Avibras fecha com compradores no exterior desde 2008, quando firmou uma venda de 18 sistemas ASTROS para a Malásia, por R$ 500 milhões. A encomenda foi entregue até o começo de 2010.

Além do contrato de venda para a Indonésia, a AVIBRAS assinou com o país um memorando de entendimento para a troca de tecnologia e de fortalecimento da cooperação na área de defesa.

Em recuperação pela crise que quase provocou a sua falência e tendo passado por um processo de recuperação judicial entre 2008 e 2011, a AVIBRAS perdeu mais de 1.000 trabalhadores desde os anos 1980, quando viveu a sua primeira crise.

Reduziu o número de operários a 900, em dezembro de 2011, mas começou a recuperar postos neste ano, após a liberação de contratos do governo federal. Hoje, são 1.400 trabalhadores.

Recursos. A presidente Dilma Rousseff autorizou o pagamento de recursos na ordem de R$ 209 milhões para a Avibras desde agosto do ano passado. R$ 45 milhões naquele mês e mais R$ 164 milhões em outubro.A verba faz parte do pacote de socorro à fabricante de materiais bélicos por meio do programa Astros 2020, orçado em R$ 1,2 bilhão e tido como a ‘salvação’ da AVIBRAS. O programa irá equipar o Exército Brasileiro.

O equipamento é uma evolução do conjunto lançador de foguetes livres ASTROS 2, o maior sucesso de vendas da empresa.

Procurado ontem pelo O VALE, o presidente da Avibras, Sami Hassuani, não foi localizado para comentar o contrato com a Indonésia.


Crise

Com a venda de produtos em baixa e em crise institucional, a AVIBRAS Aeroespacial requereu, em julho de 2008, o regime de recuperação judicial.

Programa

A AVIBRAS aposta no desenvolvimento do programa Astros 2020, que equipará o Exército Brasileiro, como a ‘salvação’ completa da empresa. O orçamento é de R$ 1,2 bilhão.

Contratos

Após iniciar o processo de recuperação judicial, a empresa fechou dois grandes contratos internacionais.

Malásia

Com o governo da Malásia, em 2008, a AVIBRAS fechou a venda de 18 sistemas Astros por R$ 500 milhões. Os equipamentos foram entregues até 2010. Em 2001 já tinha fechado um contrato com a Malásia.

Indonésia

A empresa fechou nesta semana um contrato de US$ 350 milhões com o governo da Indonésia para desenvolver 36 plataformas de lançamentos múltiplos de mísseis ASTROS 2, além de troca de tecnologia e cooperação na área da defesa.

Empregos

O Sindicato dos Metalúrgicos aposta nos contratos com o exterior para retomar a contratação de funcionários. Na avaliação da entidade, a empresa terá que passar dos atuais 1.400 trabalhadores para algo em torno de 2.000 empregados para dar conta dos programas.

Mais trabalhadores e salários em dia. Essas são as duas reivindicações do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos para a AVIBRAS Aeroespacial.

Segundo o diretor José Donizetti de Almeida, embora a companhia tenha recebido dinheiro do governo federal e assinado contratos no exterior, ainda tem atrasado salários e não contratou de volta todos os 170 funcionários demitidos em janeiro de 2011.

“Sabemos da burocracia que é para a empresa efetivar os contratos e começar a receber o dinheiro, mas esperamos que ela respeite o direito dos trabalhadores e pague em dia.”

Salários em atraso provocaram uma paralisação relâmpago de um dia no começo de outubro deste ano. Desde então, segundo Almeida, a situação não teve a melhora esperada pelos funcionários.

“Não concordamos com esses atrasos e acreditamos que o período de transição da crise para a recuperação está demorando demais na empresa”, afirmou o sindicalista.Segundo ele, outros contratos devem ser fechados em 2013, o que deve melhorar as condições na empresa.

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