terça-feira, 11 de setembro de 2012

Em tom de ameaça, Chávez diz que sua derrota pode gerar guerra civil.

Em busca do terceiro mandato seguido de seis anos, venezuelano afirma que sua reeleição interessa “até aos ricaços”, porque é garantia de estabilidade


Chavez


Pelo segundo dia consecutivo, o presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Hugo Chávez, afirmou que uma vitória da oposição nas eleições de 7 de outubro provocará uma “guerra civil” e convidou até os “ricaços”-via de regra alvo de suas críticas- a votarem nele.

Chávez, que buscará seu terceiro mandato seguido de seis anos, é o favorito na maioria das pesquisas, como a de julho do respeitado Datanálisis que lhe dá 46,8% de intenções de voto contra 34,3% do candidato da oposição, Henrique Capriles, 40. Os indecisos são 18,5%.

O opositor, porém, está em empate técnico com o presidente em pesquisa de agosto feita pelo reputado Consultores 21: 47,7% contra 45,9%.

“Até aos ricaços que querem tranquilidade interessa que Chávez ganhe”, disse, em ato anteontem. “Será que uma guerra civil lhes convém? De maneira nenhuma. Isso só convém à extrema direita fascista encarnada pelo perdedor”, seguiu.

“Chávez garante a paz, a estabilidade, o crescimento.”

Ontem, questionado sobre a tema, Chávez disse que a oposição é a verdadeira ameaça, já que, segundo ele, planeja aplicar “um pacotaço” econômico que desestabilizaria o país. A oposição nega a existência do plano.

“Dizer que sou eu quem está ameaçando a Venezuela de guerra civil é inverter a realidade”, afirmou.

No ato de anteontem, transmitido pela TV estatal, Chávez também recomendou à “burguesia” que não tente questionar os resultados eleitorais nas ruas.

“Se pretendem sair a questionar [os resultados], pior para eles, porque as ruas são do povo, e não da burguesia. Se lançam seu plano B, nós lançamos o plano Che. [...] Que se preparem para aceitar o inevitável”, disse.

A consultoria de risco Eurasia Group distribuiu ontem a clientes nota na qual diz que o governo “está aumentando o uso de táticas agressivas para reduzir o apoio” a Capriles. “Chávez segue favorito para vencer, mas a eleição parece cada vez mais competitiva”.

DISPUTA PELOS POBRES

Enquanto Chávez se dirigiu aos ricos, Capriles falou aos pobres, fatia na qual o presidente lidera com folga.

Com muito menos espaço na TV -não há horário eleitoral gratuito, mas o governo segue tendo direito a spots gratuitos e cadeias obrigatórias-, o opositor exibiu propaganda nas emissoras privadas anteontem à noite prometendo manter e ampliar os programas sociais do governo. Capriles disse que vai distribuí-los a todos “independentemente da cor política”. Ontem, prometeu aumentar em 25% o salário mínimo em janeiro, chegando a R$ 1.162.

FONTE: Folha de São Paulo, via Resenha do EB

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