domingo, 18 de novembro de 2012

Israel prepara incursão terrestre no 4º dia de ofensiva em Gaza .


                       

A invasão terrestre de Gaza, em cuja fronteira estão postados dezenas de veículos blindados, parece cada vez mais iminente depois que o governo israelense aprovou a incorporação de 75 mil reservistas, a maior mobilização de tropas no país em décadas.

Imagens divulgadas no marco da ofensiva militar israelense "Pilar Defensivo", que entrou neste sábado em seu quarto dia, mostram dezenas de veículos blindados nas imediações da fronteira com a Faixa de Gaza e soldados aparentemente descansando antes de sua iminente entrada em combate.

O Exército informou que toda a região ao redor de Gaza foi declarada "zona militar" e que as estradas estão bloqueadas, outro indício de uma possível invasão.

O número de 75 mil reservistas mobilizados no país é o maior no país em décadas, muito acima dos incorporados à guerra contra o Hezbollah em 2006 e à ofensiva "Chumbo Fundido" em Gaza há quatro anos.

O elevado número, segundo o comentarista militar do Canal 10 da televisão israelense, Alon Ben David, é suficiente para derrubar o governo do movimento islamita Hamas, no poder na Faixa desde 2007, apesar de, assegurou, "este não ser um dos objetivos definidos para a operação".

"A derrocada do Hamas é uma decisão que deverá adotar o próximo governo", declarou por sua parte o ministro de Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, em comunicado divulgado neste sábado pela televisão israelense. Lieberman aludia à proximidade das eleições gerais em Israel, no próximo dia 22 de janeiro, das quais sairá um novo Executivo.

O chefe da diplomacia israelense apontou que os próximos passos a seguir são estudados pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, o titular da Defesa, Ehud Barak, e outros ministros relevantes em consulta permanente com altos comandantes.

Barak informou hoje a seu colega americano, Leon Panetta, dos últimos eventos referentes à operação em Gaza. Conforme um comunicado de Defesa, ambos dialogaram por telefone e analisaram as ramificações regionais que a ofensiva pode acarretar.

O titular da Defesa assegurou que Israel está decidida a alcançar os objetivos da operação, entre os quais estão, segundo revelou na quarta-feira, recuperar a capacidade dissuasória, destruir a infraestrutura para lançamento de foguetes contra território israelense e proteger à população civil.

A convocação de reservistas parece dever-se aos últimos ataques das milícias palestinas contra grandes cidades no coração de Israel, entre elas Tel Aviv e Jerusalém. Nenhuma das duas sofreu o impacto direto de projéteis, mas responsáveis do Estado-Maior e do governo consideram inadmissível que o Hamas tenha foguetes de longo alcance.

Israel desdobrou hoje na área metropolitana de Tel Aviv uma bateria do sistema de intercepção de mísseis "Cúpula de Ferro", após a queda de três projéteis disparados de Gaza perto da cidade.

Ao longo da manhã e após o bombardeio de mais de 180 pontos na Faixa de Gaza desde a madrugada, as milícias palestinas dispararam mais de 20 foguetes, alguns dos quais foram interceptados pelo sistema. Uma porta-voz do Exército israelense disse à agência EFE que desde o início da ofensiva em Gaza, na quarta-feira, aproximadamente 370 foguetes foram lançados da Faixa contra Israel, sendo que 220 foram interceptados pelo sistema antimísseis.

De madrugada aparelhos da aviação israelense atacaram sedes vinculadas ao governo do Hamas na Faixa, inclusive os escritórios de seu primeiro-ministro, Ismail Haniyeh. Segundo o último balanço de vítimas, o total de falecidos palestinos nos ataques israelenses subiu hoje para 39 e os feridos são 330, aos quais se somam três civis israelenses mortos pelo impacto de um foguete disparado de Gaza.

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