quinta-feira, 8 de novembro de 2012

TOA - Manter médico no interior do AM custa até R$ 120 mil por mês, diz Exército.

                      

Situada a 851,23 km de distância de Manaus e na faixa de fronteira com a Colômbia, o município de São Gabriel da Cachoeira enfrenta inúmeras dificuldades para dispor de serviços básicos como, por exemplo, atendimento de saúde. O problema ocorre devido aos custos elevados e a recusa dos profissionais em atuar na região. Para atuar na única unidade hospitalar da rede pública da cidade, cooperativas médicas chegam a cobrar R$ 120 mil por mês por anestesiologista.

São Gabriel da Cachoeira possui um Hospital Militar gerenciado pelo Exército Brasileiro por meio de convênio com o Governo Amazonas, que atende 40 mil pessoas no município.

Segundo o general de divisão, Guilherme Cals Theophilo, comandante da 12ª Região Militar, para dispor de um médico anestesiologista o custo mensal com o salário do especialista chega a R$ 120 mil. "Para colocar um anestesista no Hospital de São Gabriel da Cachoeira, nós estamos com dificuldades porque não temos militares com essa especialidade. A cooperativa de anestesista nos cobrou 120 mil reais na primeira sondagem e na segunda R$ 112 mil. A princípio temos um contrato até fevereiro pago pelo governo do Amazonas pelos serviços desse médico civil", revelou o general.

General-de-Divisão, Guilherme Cals Theophilo, explicou que o valor é imposto pelas cooperativas. "Não existe mais opção de contratar um único anestesista, eles estão fechados em cooperativas e colocam o preço que acham justo", contou.

O comandante da 12ª Região Militar enfatizou que sem esse especialista os atendimentos do hospital ficam inviabilizados. "A média diária de partos é entre três e quatro partos, muitas vezes é preciso o anestesista para realizar cesariana ou em caso de eventual complicação no parto que precise de intervenção cirúrgica", destacou general Theophilo.

Na avaliação do general, o atrativo de atuar na capital e nos grandes centros urbanos tem gerado barreiras na contratação de profissionais, influenciando ainda nos custos com salário. "Então interiorizar a medicina no Amazonas estar sendo nosso principal problema. Temos conseguido graça aos médicos militares que são transferidos com algumas vantagens e poucos civis que tem motivação de ir para as fronteiras", relatou o comandante.

O Hospital de São Gabriel da Cachoeira atende os militares e a população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O governo do Amazonas entra com a parte de infraestrutura, já o Exército fornece a parte material e os profissionais.

O G1 contatou o Sindicato dos Anestesiologias do Amazonas, mas não obteve resposta sobre o valor cobrado para contratação de profissionais no interior do estado.

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